Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma epoca da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa propria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa.
Mario Quintanasegunda-feira, 31 de maio de 2010
Com o Coração
Hoje eu não quero conversas vestidas de uniforme. Diálogos impecavelmente arrumados que não deixam o coração à mostra. As palavras podem sair de casa sem maquiagem. Podem surgir com os cabelos desalinhados, livres de roupas que as apertem, como se tivessem acabado de acordar. Dispensa-se tons acadêmicos, defesas de tese, regras para impressionar o interlocutor. O único requinte deve ser o sentimento. É desnecessário tentar entender qualquer coisa. Tentar solucionar qualquer problema. Buscar salvamento para o quer que seja.
Hoje eu não quero falar sobre o quanto o mundo está doente. Sobre como está difícil a gente viver. Sobre as milhares de coisas que causam câncer. Sobre as previsões de catástrofes que vão dizimar a humanidade. Sobre o quanto o ser humano pode ser também perverso, corrupto, tirano e outras feiúras. Sobre os detalhes das ações violentas noticiadas nos jornais. Não quero o blablablá encharcado de negatividade que grande parte das vezes não faz outra coisa além de nos encher de mais medo. Não quero falar sobre a hipocrisia que prevalece, sob vários disfarces, em tantos lugares. Hoje, não. Hoje, não dá. Não me interessam o disse-que-disse, os julgamentos, a investigação psicológica da vida alheia, os achismos sobre as motivações que fazem as pessoas agirem assim ou assado, o dedo na ferida.
Hoje eu não quero aquelas conversas contraídas pelo receio de não se ter assunto. A aflição de não se saber o que fazer se ele, de repente, acabar. O esforço de se falar qualquer coisa para que a nossa quietude não seja interpretada como indiferença. Hoje eu não quero aquelas conversas que muitas vezes acontecem somente para preenchermos o tempo. Para tentarmos calar a boca do silêncio. Para fugirmos da ameaça de entrar em contato com um monte de coisas que o nosso coração tem pra dizer. Além do necessário, hoje não quero falar só por falar nem ouvir só por ouvir. Que a fala e a escuta possam ser um encontro. Um passeio que se faz junto. Um tempo em que uma vida se mostra para a outra, com total relaxamento, sem se preocupar se aquilo que é mostrado agrada ou não. Se aumenta ou diminui os índices de audiência.
Hoje, se quiser, se puder, se souber, me fala de você. Da essência vestida com essa roupa de gente com a qual você se apresenta. Fala dos seus amores, tanto faz se estão perto do seu corpo ou somente do seu coração. Fala sobre as coisas que costumam fazer você sintonizar a frequência do seu riso mais gostoso. Fala sobre os sonhos que mantêm o frescor, por mais antigos que sejam. Fala a partir daquilo em você que não desaprendeu o caminho das delícias. Do pedaço de doçura que não foi maculado. Da porção amorosa que saiu ilesa à própria indelicadeza e à alheia. A partir daquilo em você que continuou a acreditar na ternura, a se encantar e a se desprevenir, apesar de tantos apesares. Conta sobre as receitas que lhe dão água na boca. Sobre o que gosta de fazer para se divertir. Conta se você reza antes de adormecer.
Hoje, me fala de você. Dos momentos em que a vida lhe doeu tanto que você achou que não iria aguentar. Fala das músicas que compõem a sua trilha sonora. Dos poemas que você poderia ter escrito, de tanto que traduzem a sua alma. Senta perto de mim e mesmo que estejamos rodeados por buzinas, gente apressada, perigos iminentes, faz de conta que a gente está conversando no quintal de casa, descascando uma laranja, os pés descalços, sem nenhum compromisso chato à nossa espera. A gente já brincou tanto de faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente esqueceu como se chega a esse lugar de inocência? Fala da lua que você admirou outra noite dessas, no céu. Da borboleta que lhe chamou à atenção por tanta beleza, abraçada a alguma flor, como se existisse apenas aquele abraço. Diz se quando você acorda ainda ouve passarinhos, mesmo que não possa identificar de onde vem o canto. Diz se a sua mãe cantava para fazer você dormir.
Senta perto e me conta o que você sentiu quando viu o mar pela primeira vez e o que sente quando olha pra ele, tantas vezes depois. Se tinha jardim na casa da sua infância, me diz que flores riam por lá. Conta há quanto tempo não vê uma joaninha. Se tinha algum apelido na escola. Se consegue se imaginar bem velhinho. Fala da sua família, a de origem ou a que formou. Das pessoas que não têm o seu sobrenome, mas são familiares pra sua alma. Fala de quem passou pela sua vida e nem sabe o quanto foi importante. Daqueles que sabem e você nem consegue dizer o tamanho que têm de verdade. Fala daquele animal de estimação que deitava junto aos seus pés, solidário, quando você estava triste. Diz o que vai ser bacana encontrar quando, bem lá na frente, olhar para o caminho que fez no mundo, em retrospectiva.
Podemos falar abobrinhas, desde que sejam temperadas com riso, esse tempero que faz tanto bem. A gente pode rir dos tombos que você levou na rua e daqueles que levou na vida, dos quais a gente somente consegue rir muito depois, quando consegue. A gente pode rir das suas maluquices românticas. Das maiores encrencas que já arrumou. Das ciladas que armaram para você e, antes de entender que eram ciladas, chegou até a agradecer por elas. De quando descobriu como são feitos os bebês. A gente pode rir dos cárceres onde se prendeu e levou um tempo imenso pra descobrir que as chaves estavam com você o tempo todo. Das vezes em que se sentiu completamente nu diante de um Maracanã, tamanha vergonha, como se todos os olhos do mundo estivessem voltados na sua direção. Das mentiras que contou e acreditaram com facilidade. Das verdades que disse e ninguém levou a sério.
Não precisa ter pauta, seguir roteiro, deixa a conversa acontecer de improviso, uma lembrança puxando a outra pela mão, mas conta de você e deixa eu lhe contar de mim. Dessas coisas. De outras parecidas. Ouve também com os olhos. Escuta o que eu digo quando nem digo nada: a boca é o que menos fala no corpo. Não antecipe as minhas palavras. Não se impaciente com o meu tempo de dizer. Não me pergunte coisas que vão fazer a minha razão se arrumar toda para responder. Uma conversa sem vaidade, ninguém quer saber qual história é a mais feliz ou a mais desditosa.
Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. Um amigo para se conversar com o coração.
E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.
Ana Jácomo
sábado, 29 de maio de 2010
"Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora, é solidão, isolamento, cada vez mais intenso e profundo. O amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa. (...) O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo por si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser: é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe."
Lou Andreas Salomé.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
...Eu adivinho coisas que não têm nome e que talvez nunca terão. É. Eu sinto o que me será sempre inacessível. É. Mas eu sei tudo. Tudo o que sei sem propriamente saber não tem sinônimo no mundo da fala mas me enriquece e me justifica. Embora a palavra, eu a perdi, porque tentei falá-la. E saber-tudo-sem saber é um perpétuo esquecimento que vem e vai como as ondas do mar que avançam e recuam na areia da praia. Civilizar minha vida é expulsar-me de mim. Civilizar minha existência a mais profunda seria tentar expulsar a minha natureza e a supernatureza. Tudo isso no entanto não fala de meu possível significado. O que me mata é o cotidiano. Eu queria só exceções. Estou perdida: eu não tenho hábitos...
domingo, 23 de maio de 2010
A morte devagar...
Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
Martha Medeiros
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
Martha Medeiros
segunda-feira, 17 de maio de 2010
"Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas. Às vezes também me dá uma bruta raiva delas, de sua tristeza, sua mesquinhez. Depois penso que não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode — e deve — ser o que é, ninguém tem nada com isso. Em seguida, minha outra parte sussurra em meus ouvidos que aí, justamente aí, está o grande mal das pessoas: o fato de serem como são e ninguém poder fazer nada. Só elas poderiam fazer alguma coisa por si próprias, mas não fazem porque não se vêem, não sabem como são. Ou, se sabem, fecham os olhos e continuam fingindo, a vida inteira fingindo que não sabem."
in Limite branco
in Limite branco
"Nunca me confrontei com as desilusões porque sou um ser solitário. Afasto-me das pessoas e observo-as de longe; nunca consigo vê-las de muito perto, sem enquadramento. Enfrentando a imperfeição aprendi a perdoar. Olho a raiz das ações, e concluo que também eu a podia ter cometido A pior delas".
(Nas tuas mãos, Inês Pedrosa)
(Nas tuas mãos, Inês Pedrosa)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
A sete chaves
Ela é a moça que sonha
O tempo não lhe escorregar
Seus segredos
Não vem a tona
Porque hão de se preservar
Como pode assim um coração
A sete chaves se trancar
Pode esconder a emoção
Com tanta ternura no olhar
É só lembrar pra ver
É, parece que ela tem na ponta dos dedos
O caminho que trilhar
Parece sofrer com a espera de tudo que sonhar
Mas é seu jeito de levar
Qualquer coisa que lhe destoa
É pouca para lhe faltar
Sabe a hora de rir à toa
E também a hora de chorar
Ela pode ter um novo amor
Para em mil pedaços revirar
Peca na incerteza da paixão
Mas num passo sabe contornar
É só lembrar pra ver
É, parece que ela sente as cores do vento
O destino que traçar
Parece temer a força que vem de dentro
Encantar, pra nunca mais deixar
Pra sempre me levar
Essa música linda é da Banda Maglore, uma banda nova (formada em 2009) que figura entre as apostas da crítica especializada baiana para o ano de 2010. Já tendo tocado em grandes festivais no Brasil como o Fun Music (SP) e o Festival de Verão Salvador (BA), a banda faz um Rock Tropical com influências do Folk Americano, do Rock Britânico e MPB setentista, forjada no caldeirão de ritmos que é a cidade de Salvador.
O tempo não lhe escorregar
Seus segredos
Não vem a tona
Porque hão de se preservar
Como pode assim um coração
A sete chaves se trancar
Pode esconder a emoção
Com tanta ternura no olhar
É só lembrar pra ver
É, parece que ela tem na ponta dos dedos
O caminho que trilhar
Parece sofrer com a espera de tudo que sonhar
Mas é seu jeito de levar
Qualquer coisa que lhe destoa
É pouca para lhe faltar
Sabe a hora de rir à toa
E também a hora de chorar
Ela pode ter um novo amor
Para em mil pedaços revirar
Peca na incerteza da paixão
Mas num passo sabe contornar
É só lembrar pra ver
É, parece que ela sente as cores do vento
O destino que traçar
Parece temer a força que vem de dentro
Encantar, pra nunca mais deixar
Pra sempre me levar
Essa música linda é da Banda Maglore, uma banda nova (formada em 2009) que figura entre as apostas da crítica especializada baiana para o ano de 2010. Já tendo tocado em grandes festivais no Brasil como o Fun Music (SP) e o Festival de Verão Salvador (BA), a banda faz um Rock Tropical com influências do Folk Americano, do Rock Britânico e MPB setentista, forjada no caldeirão de ritmos que é a cidade de Salvador.
terça-feira, 4 de maio de 2010
O amor desconhece a agressão
O que há por trás de cada agressão senão o medo? E, o que há por trás do medo senão a falta de amor?Não te enganes em tuas justificativas para as agressões que cometes contra ti mesmo e contra os teus irmãos.No fundo, apenas queres ser amado, acariciado pelas mãos da vida.Lembra que onde o coração descansa, o amor ecoa sua canção.Lembra que a única realidade que fica é o amor.Tudo que está em oposição ao amor não tem significado, passa como os ventos antes das chuvas, como os dias antes das noites.Portanto, procura não alimentar e nem dar realidade àquilo que tem por objetivo obscurecer a tua luz, dando-te como consolo a culpa, a escuridão, por teres ferido não só ao teu irmão, mas a ti mesmo.Alimenta tua amorosidade, tua alegria, teu silêncio de paz.Mas, se não puderes controlar a fúria em teu ser, silencia e observa.Aprende que tamanha energia pode ser usada em prol do entendimento,da compreensão do teu momento presente, e não usada, equivocadamente, contra aquele que imaginas querer destruir tua paz.Não há no céu ou na terra alguém que tenha o poder de apagar o que desejas manter aceso.E que esta chama seja a fidelidade à tua inocência, ao teu desejo de compartilhar com os teus o que de melhor tens aprendido. "
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho. Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas. Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for. Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso. Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam. Olhe para o lado, alguém precisa de você. Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca. Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os. Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura. Arrependa-se, volte atrás, peça perdão! Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achá-lo, segure-o!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Tento não pensar em você
Eu tento não pensar em você. Eu tento.
Eu vou me esparramar no tapete da sala, tomar uma coca-cola com limão e gelo e reprimir a sua presença constante aqui dentro do meu pensamento ordinário.
Não consigo medir com palavras, a clareza dos fatos se perdem dentro da minha inconstância. Me proibo de pensar coisas à seu respeito.
Eu preciso saber que horas você vai dormir, preciso saber se está com frio ou calor.
Eu preciso ter certeza que você vive, mesmo que seja longe de mim. E que respiras, que sente o mesmo que eu. Que possas tocar minha inocência exagerada com urgência e me levar contigo pra qualquer lugar. Meu coração pulsa involuntariamente em ordem desconexa seguindo as leis dos meus pensamentos absurdos.
Tento de forma execessiva não olhar para trás, cada passo em falso é um rastro amargo de insolúveis lágrimas consolidadas e desequilibradas que se agrupam em minha face pedindo a rispidez de minha loucura.
Talvez eu congelasse ao sentir que poderia te encontrar em algum canto da cidade, ou talvez eu pudesse te abraçar sem mistérios. Escondida da própria culpa, do próprio erro.
Tenho paciência, aguardo a minha busca por você de longe ou perto, eu sinto apenas...
E se já não tenho medo, a veia da lucidez me arranca das minhas vontades.
Eu me agarro forte, na intolerância das minhas perfeições e faço tudo errado.
Deixo você ir, mesmo sem nunca ter vindo.
E me espremo nos muros das limitações, que me cercam, que se alojam aqui ao meu lado.
Eu sei que seria o máximo, eu sei que seria feliz, mas ainda assim... não tento.
E te espero mediante as ilusões mais bonitas, te cerco nos pensamentos e tento não pensar...
Mas na verdade em penso muito, muito em você.
Penso nas coisas mais tolas, nas suas palavras descritas diferentes das minhas, penso que você está aí e eu aqui, não posso te tocar.
Não mesmo, ainda assim eu penso.
E gosto, gosto de saber que também pensas.
Que apesar de tudo ser tão proibido, poderá ser algo bonito.
Ah, bonito!
Aplausos pra JU FUZETTO!http://umlugaraosolpertodovento.blogspot.com
Eu vou me esparramar no tapete da sala, tomar uma coca-cola com limão e gelo e reprimir a sua presença constante aqui dentro do meu pensamento ordinário.
Não consigo medir com palavras, a clareza dos fatos se perdem dentro da minha inconstância. Me proibo de pensar coisas à seu respeito.
Eu preciso saber que horas você vai dormir, preciso saber se está com frio ou calor.
Eu preciso ter certeza que você vive, mesmo que seja longe de mim. E que respiras, que sente o mesmo que eu. Que possas tocar minha inocência exagerada com urgência e me levar contigo pra qualquer lugar. Meu coração pulsa involuntariamente em ordem desconexa seguindo as leis dos meus pensamentos absurdos.
Tento de forma execessiva não olhar para trás, cada passo em falso é um rastro amargo de insolúveis lágrimas consolidadas e desequilibradas que se agrupam em minha face pedindo a rispidez de minha loucura.
Talvez eu congelasse ao sentir que poderia te encontrar em algum canto da cidade, ou talvez eu pudesse te abraçar sem mistérios. Escondida da própria culpa, do próprio erro.
Tenho paciência, aguardo a minha busca por você de longe ou perto, eu sinto apenas...
E se já não tenho medo, a veia da lucidez me arranca das minhas vontades.
Eu me agarro forte, na intolerância das minhas perfeições e faço tudo errado.
Deixo você ir, mesmo sem nunca ter vindo.
E me espremo nos muros das limitações, que me cercam, que se alojam aqui ao meu lado.
Eu sei que seria o máximo, eu sei que seria feliz, mas ainda assim... não tento.
E te espero mediante as ilusões mais bonitas, te cerco nos pensamentos e tento não pensar...
Mas na verdade em penso muito, muito em você.
Penso nas coisas mais tolas, nas suas palavras descritas diferentes das minhas, penso que você está aí e eu aqui, não posso te tocar.
Não mesmo, ainda assim eu penso.
E gosto, gosto de saber que também pensas.
Que apesar de tudo ser tão proibido, poderá ser algo bonito.
Ah, bonito!
Aplausos pra JU FUZETTO!http://umlugaraosolpertodovento.blogspot.com
Ser credencialista...
O Brasil é o país do credencialismo. Como se sabe, credencialismo é o fenômeno caracterizado pela sobrevaloração dos títulos, diplomas e credenciais em detrimento do conhecimento que deveriam representar. Ou seja, para o Homem Medíocre, o conteúdo aprendido com a educação, e que levou à conquista do diploma, é irrelevante. Bastam as credenciais, a educação cumpre apenas um papel formal de treinamento. Para ele não interessam o conteúdo das aulas, a divergência de posicionamento dos autores, as contradições e paradigmas inerentes ao assunto, mas somente o valor instrumentalizado que o conhecimento irá fornecê-lo com um certificado de aprovação ao final. O Homem Medíocre, se é advogado, só lê os Códigos e as Leis, se é médico, somente livros sobre medicina, se é engenheiro, somente cálculos e fórmulas, e segue-se indefinidamente. Ele é o perito, especialista naquilo em que o diploma o legitima, e ignorante em tudo o mais. Ele é um cão adestrado, que late na hora certa, mas não sabe que morde um cano de PVC. Ele é o palestrante que lê tediosamente o powerpoint. Mas o HMC é manso, porque não sabe contradizer ou argumentar, porque já foi domesticado na mediocridade e na arte do sorriso automático. Além do mais, no Brasil, as escolas de ensino superior particular surgiram porque a demanda por ensino superior é maior do que a demanda por ensino superior de qualidade. Isto é, surgiram para preencher a lacuna que o credencialismo produz: cada vez mais pessoas têm um determinado título, e cada vez um novo título (especialização, mestrado… ) é necessário para conseguir uma melhor colocação no mercado de trabalho. E cada vez mais pessoas medíocres chegam a concluir o mestrado. A tese é um grande resumo de outras teses, e cada capítulo é como um verbete da Barsa. É fácil reconhecer um Homem Medíocre: ele pode até ter doutorado, mas acha que o Lula é analfabeto, não sabe em quem votou pra vereador, e ainda sai pra dançar funk no final de semana. Mas muitas vezes o Homem Medíocre credencialista se dá muito bem na vida, sua sorte é que ele se depara com muitos outros iguais a ele, que se impressionam com sua longa lista de títulos sem conteúdo. Atualmente, os certificados são a verdadeira personalidade da mediocridade, enchem o frágil Homem Medíocre como um balão e toda a sua classe aplaude quando ele sobe, cheio de vento.
Aplausos: T.P.M.Teoria e Prática da Mediocridade http://guiatpm.wordpress.com/
Aplausos: T.P.M.Teoria e Prática da Mediocridade http://guiatpm.wordpress.com/
domingo, 2 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
**
"Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão... Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que, de mim, arrancam lágrimas e canções. Eu só poderia acreditar em um Deus que soubesse dançar. E quando vi meu demônio, pareceu-me sério, grave, profundo, solene. Era o espírito da gravidade, ele é que faz cair todas as coisas. Não é com ira, mas com riso que se mata. Coragem! Vamos matar o espírito da gravidade! Eu aprendi a andar. Desde então, passei por mim a correr. Eu aprendi a voar. Desde então, não quero que me empurrem para mudar de lugar. Agora sou leve, agora vôo, agora vejo por baixo de mim mesmo, agora um Deus dança em mim!'
(Friedrich Nietzsche)
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